quarta-feira, 15 de julho de 2015

O Evangelho Maltrapilho



"Este livro não é para os superespirituais (...).

 Não é para os acadêmicos que aprisionam Jesus na torre de marfim da exegese (...).

 Não é para os legalistas, que preferem entregar o controle da alma a regras (...).

 É para os vasos de barro que arrastam pés de argila (...). 

É um livro que escrevi para mim mesmo e para quem quer que tenha ficado cansado e desencorajado ao longo do Caminho." 
 - Brennan Manning



Acho que nunca fiz resenha de um livro. Mas fico extremamente feliz em saber que minha primeira, será de um dos mais lindos livros que já li em toda minha vida!
Em "O Evangelho Maltrapilho", Brennan Manning aborda a importância que devemos dar à verdadeira mensagem do Evangelho, o "porquê" da vinda de Cristo ao mundo, ao imensurável amor do Abba!

Materialmente falando, não é um livro grande. Contém 223 ricas e belas páginas. Sem contar que AMEI a capa, porque pra mim retrata algo realmente simples - fantástica ideia publicitária, editores, parabéns. Também tem algo que gosto bastante em livros desse tipo, que são citações bíblicas. Acho que além da correria de final de semestre na faculdade, as citações bíblicas que o livro possui é que me fizeram demorar um pouco na leitura (uns 4 meses, rsrs). Mas garanto que vale muito a pena. Minha bíblia que o diga, está toda marcada e cheia de riquíssimas anotações! E... Vale lembrar que, esse é um daqueles livros, assim como "A cabana", que eu com certeza leria mais vezes sem me cansar. Porque sempre vou tirar lições incríveis dele! Como Brennan já parafraseia Heráclito, "O homem que volta ao mesmo rio, nem o rio é o mesmo rio, nem o homem é o mesmo homem".

Por muito tempo da minha vida, vivi sob uma perspectiva de vida cristã errada. Me submetia a regras que me faziam acreditar que eram o Caminho. Sou hipócrita se dizer que isto de certa forma não contribuiu para o que chamo de lado cidadão do ser humano que sou hoje. Mas não poderia continuar vivendo assim. Chega um momento em que somos convocados à uma guerra interior com milhões de perguntas sobre a razão de nossa existência e julgamentos internos de como não somos felizes embora seja essa a visão que as pessoas têm de nós, que vivemos muito tempo sob a Lei. E ser ensinado desde o início da forma certa, com o Evangelho Maltrapilho de Cristo, não só me tornaria alguém melhor do que sou hoje em Cristo, como teria evitado que tivesse contaminado mais pessoas ao longo desse caminho chamado vida...

Acredito piamente de que o termo Lei da bíblia em alguns casos, podem ser interpretados hoje não somente se referindo à Lei de Moisés de que Jesus tanto queria libertar o povo, mas também da bolha religiosa em que nos enfiamos com o passar do tempo, acreditando seguir os caminhos e passos de Cristo. E é justamente sobre isso que o livro de Manning trata: confrontar nosso conceitos de vida cristã e nos fazer enxergar a simplicidade e a pureza do verdadeiro Cristianismo.

Não é novidade nenhuma que a cada dia que passa, o amor fraternal tem adormecido. O medo de que ele um dia morra, cobre a muitos. Mas Jesus, um homem simples, que anda com a ralé, bebe com os excluídos, os não-espirituais, nos convida a nos submetermos a somente uma coisa: o grande Amor do Pai. Descobri-lo é possível, vivê-lo também, mas calcular, jamais! Cristo ensina que é possível viver a verdadeira paz quando nos interiorizamos e descobrimos o quão dependentes de sua misericórdia somos, o nada que podemos acrescentar à nossa espiritualidade senão a Graça. O Evangelho Maltrapilho nos incomoda sim, porque confronta nossos antigos conceitos, mas nos transforma em pessoas que reconhecem que todos são exatamente iguais e dependentes do Pai, passando a aprender como absolutamente tudo que a vida nos dá, até mesmo as dores.

Faço minhas as palavras de Michael W. Smith:

"Alguns livros são excelentes. Outro me ensinaram lições preciosas que tornaram minha vida mais parecida com o que Deus desejava que fosse. Naturalmente, alguns impressionaram meus amigos, mas acumularam poeira em minhas estantes.
O Evangelho Maltrapilho foi diferente. Ele me transformou. Nunca mais serei o mesmo (...).
Obrigado, Brennan, por despertar o maltrapilho em todos nós. Quanto a vocês, leitores afortunados prestes a mergulhar nele, bebam fundo. Uma incrível experiência os aguarda."


Paz! :)

3 comentários: